Comerciante é preso por agredir e chamar baiana de acarajé de 'negrinha'


Ibahia

O dono de uma barraca de praia foi preso quinta-feira (12), em Stella Maris, na orla de Salvador, acusado de racismo e agressão física e verbal contra uma baiana de acarajé.

De acordo com a polícia, ele teria empurrado a baiana de uma escada que dá acesso à praia, xingado e ainda a chamado de 'negrinha'

Ângelo Raphael Lancelote Neto, de 53 anos, foi levado para a delegacia por policiais militares chamados para resolver a confusão. Durante a discussão, Ângelo teria agredido a baiana de acarajé Marilene Pereira dos Santos.

'Empurrando-a do terceiro degrau da escadaria que dá acesso a sua barraca de praia. Além disso, a injuriou, além de ter proferido palavras preconceituosas, praticando o crime de racismo. Por esse motivo, foi autuado em flagrante delito pelo artigo 20 da lei 7.716, lei federal, e no artigo 140 do Código Penal, além do artigo 129, que trata das lesões corporais', afirma o delegado Jorge Coutinho.

Ângelo Raphael negou as acusações. 'Ela registrou que eu chamei de 'negrinha'. Ela vai vender acarajé em cima do espaço da barraca onde eu trabalho e não limpa uma praia e é de uma arrogância, de uma falta de educação que aos meus 53 anos de idade e trabalhando muito aqui nessa cidade, eu acho que merecia respeito, não ser exposto dessa forma. Eu vim escutar o termo 'negrinha' aqui na Bahia, nunca fez parte da minha educação. O meu pessoal que trabalha junto comigo há 18 anos é negro e pardo. O problema do preconceito é que eu sou paulista, com muito orgulho, graças a Deus', disse.

O crime de racismo é inafiançável com pena que varia de um a três anos. 'O senhor Ângelo Raphael vai continuar preso aqui nesta unidade policial à disposição da Justiça enquanto se aguarda uma vaga para encaminhá-lo à casa de detenção', informa o delegado.

A baiana de acarajé Marilene Pereira dos Santos fez exames de corpo de delito para comprovar as agressões.

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