Crianças adotadas de forma irregular voltam para Monte Santo
Qua
, 19/12/2012 às 15:18
| Atualizado em: 19/12/2012
às 16:02
Após 15 dias em período de readaptação, no Instituto SOS Criança, localizado na capital paulista, mãe e filhos desembarcaram no Aeroporto Internacional de Salvador, acompanhados por psicólogos, por volta das 9h30, e seguiram numa van do Governo do Estado para a cidade de Monte Santo.
"Tanto a mãe como as crianças estão bem e felizes. Os profissionais estão acompanhando caso a família necessite de apoio. Eles estão com a família desde o inicio do período de readaptação", explicou a advogada Isabela Costa do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca) que representa a família.
Ainda de acordo com a advogada, a mãe preferiu não conceder entrevistas no momento: "Ela só quer curtir os filhos e a família. Não tem cabeça para falar nada no momento. Quando ela se sentir preparada ela falará."
A recepção na cidade, que teve direito a bolo, bolas, faixas e até fogos de artifícios, foi preparada por familiares, amigos e vizinhos da família. Uma mobilização foi feita com o apoio de assistentes sociais e membros do conselho tutelar para limpeza e arrumação da casa da família.
"Estamos felizes em receber todos de volta, pois acredito que a Justiça está sendo feita. Ninguém tem o direito de separar mãe e filhos e vamos ajudar no que for preciso, pois sabemos o sofrimento dela e não estamos livres de passar por uma situação parecida", disse por telefone uma vizinha da família, que preferiu não ser identificada.
Escolta - Por medida de segurança, segundo a advogada, a família foi escoltada por agentes da Polícia Federal (PF) e recebida na cidade por uma comitiva composta pelo ouvidor-geral da Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH), Bruno Teixeira, do diretor de Políticas Temáticas da Criança e Adolescente da SDH, Luís Otávio Daloma, e do membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia, o deputado Yulo Oiticica (PT).
"Finalmente as crianças retornaram para o seu verdadeiro lar. O lugar delas é no colo da mãe e ao lado da família. Não podemos mais permitir que nenhuma autoridade se sinta no direito de retirar os filhos de seus pais por serem pobres", frisou Yulo Oiticica.
A advogada do Cedeca afirmou que devido a vários fatos inverídicos veiculados sobre o caso, ela esteve na cidade para conversar com a população, explicando que a comunidade tem um papel importante na garantia dos direitos de crianças. "Expomos a real situação e o sofrimento da família neste período todo. Então fomos pedir que as pessoas respeitassem esta família que já passou tanto sofrimento", disse Isabela.
Ela diz que a família continuará sendo acompanhada pelo Cedeca e que receberá também acompanhamento do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) e da rede de ações que envolvem criança e família. "Gostaria de frisar que o estatuto da criança está e continuará sendo cumprido e que esta família contará com todo o apoio das esferas governamentais para que as condições de sobrevivência dela sejam bem diferentes da anterior", destacou.
Fonte:ATarde
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