São Paulo e Tigre divergem sobre briga



EFE


 
A confusão dentro e fora de campo no jogo entre São Paulo e Tigre, na noite de quarta-feira, no Morumbi, está longe de terminar. Depois da repercussão negativa na imprensa internacional, que deu mais espaço para as acusações dos argentinos do que para as explicações dos brasileiros, os clubes travam uma batalha verbal - e os dois lados registraram suas versões em queixas na polícia. 
 
 
A diretoria do Tigre diz que seus jogadores foram atacados por seguranças e ameaçados por policiais armados e garantem que o tumulto foi filmado. Enquanto isso, o São Paulo e a Polícia Militar negam o uso de arma de fogo na ocorrência. “Nunca vivi algo assim. O uruguaio Eugenio Figueredo (secretário da Conmebol) viu sangue, o quarto árbitro também viu tudo. Filmaram o que estava acontecendo e não fizeram nada”, acusou o técnico argentino Néstor Gorosito.
 
 
Do outro lado, um representante da PM confirmou que a Polícia Militar foi convocada para separar uma briga generalizada entre seguranças do São Paulo e jogadores e membros da comissão técnica do Tigre, mas garantiu que ninguém estava armado durante o tumulto.
 
 
 “O policiamento chegou ao vestiário, a briga estava generalizada. A Polícia Militar só separou a briga e não constatou que ninguém estivesse armado. Se isso fosse constatado, o segurança teria sido preso", disse o policial, que se identificou como major Gonzaga, em entrevista à Rádio Estadão ESPN. Os argentinos procuraram confusão desde o início, com faltas muito duras no primeiro tempo e várias tentativas de provocar e agredir jogadores do clube paulista. Essa postura fez com que as queixas dos argentinos fossem vistas com desconfiança pela Conmebol, que não hesitou em dar o título ao São Paulo quando o Tigre se negou a voltar ao campo.
 
 
 
A diretoria do São Paulo apresentou a sua versão para o início da confusão. O vice-presidente de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes declarou que os jogadores argentinos tentaram invadir o vestiário da equipe paulista, e foi isso que fez com que a equipe de segurança agisse.
 
 
 "Temos seguranças nossos machucados", disse o dirigente, garantindo que vai pedir para a Conmebol impor uma punição severa ao Tigre. Na visão do clube, o Tigre procurou a briga ao perceber que não teria forças para virar o jogo no segundo tempo (perdia por 2 a 0) e decidiu não voltar a campo planejando usar a briga com os seguranças como argumento para o cancelamento do jogo. O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, não contribuiu para esfriar a disputa: o cartola debochou do comportamento do rival e declarou que a conquista do título da Copa Sul-Americana foi mais saborosa com o abandono da equipe argentina. "O Tigre estava com a língua de fora. Eles iriam tomar uma goleada e fizeram um papel feio. A fuga dos argentinos é a nossa vitória maiúscula".
 
 
O encerramento da partida por desistência dos argentinos e a entrega da taça ao São Paulo é outro ponto de discórdia entre os dois lados. Os atletas do Tigre reclamam que o trio de arbitragem os avisou que iria suspender a partida, e não encerrá-la. Achavam, portanto, que seria possível retomar a partida em outra data - pelo menos esse foi o discurso dos argentinos, visto com extrema desconfiança tanto pelos brasileiros como por representantes da Conmebol. "Tomamos a decisão correta de não voltar para jogar o segundo tempo. Tínhamos a sensação que podia acontecer qualquer coisa. Uma coisa é um cassetete, mas outra é quando sacam uma arma. Estava tudo orquestrado", disse o meia Martín Galmarini ao chegar em Buenos Aires, em outra declaração que desperta estranheza, pelo fato de o São Paulo ter o favoritismo e ter pregado durante a semana toda que era preciso jogar na bola e fugir das provocações e confusões causadas pelos rivais.
 
Fonte:CenarioMT

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